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Aventuras épicas: Deus dos Jogos - Capítulo 1:um novo mundo

Em um vasto e plano terreno, erguia-se um castelo grandioso, imponente como

uma fortaleza ancestral. A região em torno dele estava tomada pelo caos. O som da


guerra ecoava, e a tensão pairava no ar como uma tempestade prestes a desabar. Guerreiros lutavam ferozmente para defender o castelo, enquanto o solo tremia sob os passos apressados das tropas e o choque constante das espadas. O clangor das armas, os gritos dos guerreiros e as explosões que obscureciam o céu criavam um cenário desolador.

Na linha de frente, a líder do exército, olhos fixos na batalha, sentia a intensidade do combate. Um grito desesperado ecoou pelo campo.— Líder! A tropa auxiliar inimiga está invadindo o portão esquerdo. Precisamos de reforços, rápido!

A líder, firme e decidida, virou-se para Marcos e ordenou:— Marcos, chame Fiz e mande-o comandar a equipe reserva. Protejam o portão esquerdo! Agora!

Com a ordem dada, ergueu sua espada ao alto e, com uma voz cheia de coragem, bradou:— Defendam o castelo com todas as suas forças! Estamos quase no fim! Não desistam, não deixem que eles passem!

Seus soldados, mesmo exaustos, mantinham o ímpeto. A batalha pela defesa do castelo continuava implacável.

De repente, um mensageiro correu apressado desde as profundezas do castelo, o rosto coberto de suor e desespero.— Líder! Eles estão conseguindo invadir o portão traseiro! Precisamos de reforços imediatamente! Não vamos conseguir segurar por muito tempo!

Num breve momento de distração, um mago inimigo aproveitou a oportunidade. Com gestos rápidos, conjurou uma enorme bola de fogo que rasgou o ar em direção à líder. A morte parecia iminente.

Mas então, atento e ágil, Marcos trocou seu bastão vital por um cajado de gelo. Com um movimento rápido, invocou uma imensa parede de gelo que se ergueu como um escudo. A explosão foi contida.— Cloé, vá proteger o portão traseiro! Eu cuido disso aqui! — gritou Marcos.

A líder assentiu, percebendo a gravidade da situação, e correu para reforçar as defesas.

Minutos depois, após um combate que parecia interminável, uma voz poderosa ecoou por todo o campo de batalha:— Vitória da Guilda Green Valley! Parabéns pela defesa bem-sucedida!

O campo, antes cheio de clamor e violência, agora via as armas sendo abaixadas. Os defensores comemoravam, enquanto os atacantes, cabisbaixos, carregavam a derrota estampada no rosto.

Mais tarde, o grupo defensor se reuniu no centro do castelo, enquanto sua líder os elogiava e agradecia a participação de todos naquele combate tão importante para a guilda. — Parabéns, pessoal! Ao conseguirmos defender o castelo na guerra, vamos garantir o topo do ranking desta temporada. Agradeço a todos pelo esforço. Agora, se preparem para a masmorra de terça-feira — iremos tentar encarar uma de tier 3. Não se esqueçam da reunião na segunda!

Com o discurso encerrado, os jogadores começaram a se dispersar, seguindo para outras tarefas e missões dentro do jogo.

Após a reunião, Marcos chamou Cloé para farmar um pouco enquanto conversavam. Durante a atividade, comentou: — Eu queria muito participar da nossa primeira invasão na masmorra tier 3, mas infelizmente meu notebook não roda o jogo direito. Só consigo jogar bem no PC, então só na semana que vem mesmo.

Cloé riu e respondeu: — É, nossa primeira vez numa missão dessas. Também estou super ansiosa! Ainda bem que o Claude vai conseguir te substituir. Mas agora, vai aproveitar seu aniversário com a família! Semana que vem a gente encara a masmorra com a equipe principal. Até o Fiz vai faltar essa semana — ele tem apresentação de trabalho da faculdade.

Enquanto continuavam farmando e conversando, Marcos ouviu uma voz familiar vindo da porta do quarto: — Marcos, mainha falou pra não dormir muito tarde, viu? A gente vai sair cedo amanhã!

— Tá certo! — respondeu ele, rindo.

Pouco depois, Marcos se despediu de Cloé, desligou o computador e foi terminar de arrumar as malas para a viagem do dia seguinte, onde celebraria seu aniversário de 18 anos com a família e visitaria os avós maternos.

Já com tudo pronto, Marcos se deitou para dormir com um sorriso satisfeito no rosto, ainda lembrando da incrível vitória daquela noite em seu jogo favorito. Após ajustar o despertador para a manhã seguinte, fechou os olhos e adormeceu.

Na manhã seguinte, o sol invadiu o quarto de Marcos, despertando-o lentamente. Ele esticou o braço para pegar o celular na cabeceira, mas o aparelho não estava lá. Confuso, olhou para o relógio na prateleira e viu que já eram 10h30. Ele se levantou apressado, sem entender por que ninguém o havia acordado.

Mas quando abriu a porta de seu quarto, a surpresa o tomou por completo. Ele não estava mais em casa. Ao invés disso, encontrava-se em uma grande caverna circular, iluminada apenas por um pequeno buraco no teto, por onde a luz do dia entrava suavemente.

Marcos olhou ao redor, incrédulo. “Estou sonhando?”, pensou. Virou-se para voltar para o quarto, mas a porta havia desaparecido.

O ambiente da caverna parecia cada vez mais opressor. O ar tornava-se denso, pesado, como se a própria atmosfera estivesse tentando esmagá-lo. Aos poucos, o corpo de Marcos começou a pesar, como se estivesse sendo puxado por uma força invisível. Seus músculos estavam dormentes, os dedos tremiam e uma forte pressão tomava conta de seu peito.

A visão começou a se distorcer — as bordas do mundo embaçavam, as cores pareciam se misturar, e a dor de cabeça se intensificava. Um enjoo súbito o fez se curvar, e logo caiu de joelhos. Uma das mãos foi ao chão, buscando equilíbrio, enquanto a outra apertava o peito numa tentativa de aliviar a aflição.

Ele sentia que estava à beira do colapso.

Então, entre a vertigem e o desespero, uma breve frase ecoou no ar, sem origem definida, como se viesse de todos os lados ao mesmo tempo, penetrando direto em sua mente:

— Acalme-se… está apenas começando.

Antes que pudesse reagir, uma esfera brilhante flutuou até o centro da caverna, emitindo uma luz suave que preenchia o espaço com uma estranha sensação de paz. Uma voz doce, mas carregada de autoridade, ecoou no ar:

— Eu sou a protetora deste planeta... Mas por razões que você ainda não compreenderia, este mundo corre risco de ser consumido por forças invasoras.

Cada palavra parecia aliviar um pouco da angústia que dominava Marcos, como se a presença daquela entidade misteriosa suavizasse a dor e o desespero que o envolviam. Mesmo sem entender de onde vinha a força para permanecer consciente, ele tentava se manter firme.

A voz continuou, com um tom mais sereno:

— Mas infelizmente, seu corpo não suportará minha presença por muito tempo. Por isso, deixarei um guia que irá lhe explicar melhor a situação. Desejo-lhe boa sorte... e torço pelo seu sucesso.

Então, algo tocou sua testa — suave e reconfortante, como o beijo orgulhoso de uma mãe. No instante seguinte, ele sentiu seu corpo reagir: a dor diminuía, sua mente clareava, e um calor leve o envolvia por completo. Pela primeira vez desde que tudo começou, sentia-se bem. Mais do que isso... sentia-se inteiro.

Ainda processando tudo, Marcos se sentou no chão, tentando organizar seus pensamentos. Um turbilhão de emoções o consumia: alívio, medo, confusão, incredulidade. As palavras da voz ainda ecoavam em sua mente... “um guia”. Essa ideia lhe pareceu curiosamente familiar, como os tutoriais dos jogos que costumava jogar diariamente, onde sempre havia um mascote ou assistente virtual explicando os primeiros passos.

Com isso em mente, ele olhou para cima, como se esperasse que algum menu flutuante surgisse diante de seus olhos. Nada. O silêncio permaneceu.

— Ei! Tá me ouvindo ou tá travado igual quando a internet cai?

A voz fina e aguda veio de suas costas. Assustado, Marcos virou-se de súbito e recuou alguns passos. Seus olhos se arregalaram ao ver quem estava ali.

Verditos.

O mascote da Guilda Green Valley.

Ele mesmo havia criado aquele mascote com Cloé, apenas por diversão. E agora, ali estava ele — em carne, osso... ou melhor, em madeira, folhas e magia. Verditos mantinha a aparência familiar: um pequeno espírito robusto, envolto em uma aura verde vibrante. Sua pele verde-musgo tinha detalhes azulados como folhas vivas, e sua armadura parecia ter sido moldada pela própria floresta. Usava um capacete de madeira encantada com folhas nas laterais, que lhe davam um ar travesso e aventureiro.

Marcos mal conseguia acreditar. Mas se aquilo era um sonho… era o mais vívido de todos.

— Oi! — disse a criaturinha com entusiasmo.

Marcos ficou sem reação. Não sabia o que dizer diante daquilo. Era como se a infância, a fantasia e a realidade tivessem colidido de uma só vez.

Verditos começou a flutuar ao seu redor, rindo da cara de espanto do rapaz.

— Hahaha! Você devia ver a sua expressão! Parecia um personagem travado num bug gráfico!

Depois de dar algumas voltas, finalmente parou diante de Marcos e abriu um sorriso orgulhoso.

— Seja bem-vindo à Simulação. Eu serei o seu guia nesta jornada! Estou aqui pra tirar suas dúvidas e explicar como funciona este espaço.

Marcos, ainda atônito, precisou de um momento para processar aquilo tudo. Respirou fundo e, com a voz um pouco trêmula, perguntou:

— Onde eu estou? Isso aqui é... um sonho? Ou o céu? Ou... sei lá... morri?

Verditos soltou uma risadinha divertida.

— Nada disso! Você está num espaço espiritual, criado pela protetora deste planeta. É uma sala especial pra treinar pessoas escolhidas para uma missão bem importante.

Marcos estreitou os olhos.

— Que missão?

Verditos flutuou um pouco mais alto, adotando um tom mais sério.

— Um ser invasor está vindo ao nosso planeta. E não está vindo em paz. Ele quer dominar este mundo, e, se não formos capazes de resistir... muita, mas muita gente vai morrer.

Marcos sentiu um calafrio percorrer sua espinha.

— Então... isso tudo é real?

Verditos assentiu.

— A grande guardiã está tentando preparar um grupo para combater essa ameaça. A ideia não é salvar tudo — isso pode ser impossível — mas tentar diminuir os danos. Minimizar o sofrimento. E é por isso que você está aqui.

Ele fez um gesto com a mão, e símbolos flutuantes começaram a se formar ao redor deles, com luzes suaves e palavras que se alinhavam como uma interface de jogo.

REGRAS DA SIMULAÇÃO

  • Seu corpo permanecerá em coma no mundo real durante todo o tempo em que sua consciência estiver dentro da simulação.

  • A simulação terá duração máxima de 5 anos, divididos em 5 níveis, cada um com 3 fases distintas.

  • Você receberá a bênção de um dos seis Guardiões Protetores. Eles lhe concederão habilidades especiais e permitirão que ultrapasse os limites do corpo humano.

  • Para mais informações detalhadas, seu guia estará disponível para orientá-lo ao longo da jornada.

Marcos ficou em silêncio. O mundo ao seu redor parecia girar enquanto ele tentava processar tudo aquilo. Sua vida, seus planos, seus medos — tudo parecia pequeno comparado ao que tinha acabado de ouvir.

Respirou fundo. Fechou os olhos. Uma onda de emoções o atravessou. Medo. Pânico. Preocupação. Mas também... algo mais.

Determinação. Curiosidade. E uma centelha de empolgação.

— Isso é real...? — ele murmurou para si mesmo.

Talvez fosse. Talvez não. Mas, real ou não, ele estava dentro de algo muito maior do que imaginava. E agora, não havia mais como voltar atrás.

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